Aprendendo com as diferenças
Campus Pouso Alegre entra no programa e oferecerá atividades para usuários das APAEs
Depois de Muzambinho e Inconfidentes, o Campus Pouso Alegre do IFSULDEMINAS será o próximo a integrar o programa “Aprendendo com as diferenças” que tem como objetivo o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem de pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla. O anúncio foi feito no dia 26 de junho, em uma reunião entre representantes do Instituto e das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). Ainda não há uma data prevista para o início das atividades.
Também serão avaliadas as atividades que poderão ser ofertadas pelo Campus: informática, edificações, culturais (teatro, dança, fotografia, desenho e música), esportes e até mesmo terapia assistida por animais foram algumas das sugestões. “Esse programa é um presente muito significativo, pois os meus jovens serão beneficiados com a oportunidade de serem inseridos no Instituto que é uma referência para Pouso Alegre”, disse a diretora da APAE da cidade, Maria Paula Costa de Moura.
Para o diretor de Desenvolvimento Educacional do campus Pouso Alegre, Alexandre Fieno, o programa será uma grande oportunidade de aprimoramento das metodologias e didática, uma vez que, a cada ano, a escola recebe mais e mais alunos com necessidades especiais. “ Penso que o contato com alunos da APAE vai nos fazer amadurecer no ‘trato’ interpessoal, entre servidores, servidores e alunos. Vivemos em um momento onde as pessoas são muito individualistas e, lembrar que temos pessoas em condições diferentes da nossa nos ajuda a avaliar e ter um olhar diferenciado nesse contato humano e interpessoal”.
O programa começou em 2014, com a APAE e o Campus de Muzambinho. Em quase cinco anos passou a atender as associações de Campo Belo, Divisa Nova, Ipuiuna, Borda da Mata, Cabo Verde, Areado, Nova Resende, Ouro Fino e, agora, Pouso Alegre. A expectativa é chegar a 25 APAEs até o final do ano. “No início foi um desafio para todos os segmentos porque a gente não tinha experiência e hoje atendemos vários alunos. Eu, particularmente, vejo esse programa como um ganho muito grande tanto para as APAEs quanto para o Instituto. Nós precisamos aprender a conviver com eles e essas instituições tem muito a nos ensinar”, disse Generci Lopes, da Coordenação de integração e inclusão social, Campus Muzambinho.
Os resultados
Durante a reunião, no Campus Pouso Alegre, os representantes das APAEs deram depoimento sobre o programa na vida de seus usuários. Segundo José Rodrigo Lopes, assistente social nas APAEs de Ipuiuna, Cabo Verde e Divisa Nova, na maioria dos casos, os portadores de deficiência vivem em uma situação de isolamento social criada pela própria família. “Eu vejo inúmeros fatores benéficos nesse programa. As Apaes tiraram eles de casa e agora estamos tirando eles das Apaes e os incluindo na sociedade. É preciso que eles sejam vistos como pessoas que tem uma particularidade, a deficiência, que não é uma doença e aceitar. Eles tem as dificuldades, as limitações, mas eles conseguem executar atividades, de uma forma mais lenta, num processo gradativo e a sociedade precisa ter essa percepção”.
Da APAE de Ipuiuna são 14 alunos no programa desenvolvido em Inconfidentes. “Os benefícios são muitos, desde a integração com os estudantes do Instituto, a participação e até mesmo mostrando que são capazes executando do jeito e no tempo deles”, contou Regina Maris, diretora da associação.
De meninos e meninas tímidas que não conversavam e agora se comunicam e estão sempre sorrindo a alunos que começaram a produzir legumes em casa, a APAE de Ouro Fino tinha muita história pra contar. “99% dos alunos das APAEs saem de casa para a associação e vice-versa. Eles não tem uma vivência em sociedade. Essa oportunidade de conviver com outras pessoas, fora da APAE e de suas casas foi de uma grandeza muito grande. Eles conseguiram enxergar que são iguais os outros. Eles transbordam de alegria”, ressaltou a diretora da associação,Márcia Maria Ribeiro Lemes.
Para um dos idealizadores do programa, o coordenador do Departamento de Apoio aos Discentes, Egressos e Estágios, Alexandro Henrique da Silva, os resultados do “Aprendendo com as Diferenças” são benéficos tanto para as pessoas com deficiência quanto para alunos e servidores do Instituto. “Pra nós que estamos participando do programa, enquanto instituição de ensino, é um grande aprendizado. Nós crescemos muito com os resultados obtidos, na convivência com os usuários que vêm para os nossos campi”. Alex ressalta que o programa está alcançando o objetivo proposto devido a três elementos importantes. “Boa vontade, acreditar e fazer acontecer e o amor, que não pode faltar”.
Assessoria de Comunicação
IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre