Falar é preciso
Em uma roda de conversa, alunos do IF falam sobre depressão, a doença dos tempos modernos
O Setembro Amarelo passou, mas a depressão não pode ser tema de palestras apenas em determinadas situações. O mal dos tempos modernos exige atenção e abertura para que os jovens possam abrir seus corações e falar. Falar sobre seus medos, suas angústias, decepções, frustrações. Foi pensando nisso que o professor Emerson Simões e os integrantes do projeto ‘Cine IF’ trouxeram para o Campus Pouso Alegre, uma exposição de fotos e uma roda de conversa sobre o assunto.
“Nossos adolescentes, hoje, tem uma série de atividades, de compromissos na agenda e muitas vezes não compreendem o que eles desejam realmente. Que possamos olhar para nossos jovens, conversar ou, talvez, apenas um abraço, um momento em que ele não se sinta sozinho. O que acontece, muitas vezes, nas escolas, são alunos que buscam sozinhos enfrentar os seus problemas. Que possamos ter mais momentos de diálogos como esse para que percebamos que a minha dor é parecida com a dor do outro e, possamos nos ajudar”, disse o professor.
Para a roda de conversa foi convidada a psicóloga e psicanalista Janaina Modesto. Ela ressaltou a importância do diálogo nas escolas. “Falar sobre depressão não é só no setembro amarelo. Temos que falar sobre esse assunto o tempo todo, porque hoje temos a depressão como a doença que mais inviabiliza o trabalhador, deixando-o inapto ao trabalho. E ainda há muitas pessoas que tem aquela ideia de que a depressão é coisa de quem não tem o que fazer porque não é uma doença que pode ser diagnosticada com algo tangível. É uma doença do emocional e nós vivemos em uma sociedade que exige muito de nós. É a grande epidemia dos dias de hoje”.
Vitória Helena Zampa, aluna do 3º ano de Informática Integrado e monitora do Cine IF falou sobre a atividade. “O IF é uma escola que dá suporte aos alunos nessa questão da depressão, mas atividades como essas envolvem os alunos e os ajudam a buscar soluções para o seu problema. É preciso que eles saibam que existem outros caminhos para se livrar da depressão”.
Ex- aluna do campus Pouso Alegre e, atualmente cursando Fotografia, Fernanda Silva Bittencourt apresentou o trabalho que realizou com a estudante Gabriela Emily Dias que teve depressão. As sensações do que ela passou foram registradas em fotos. “A ideia é que os alunos possam falar também. É uma roda de conversa para que todos tenham o seu espaço e possamos criar algo juntos. Muitas vezes as pessoas não conseguem falar e espaços assim são muito importantes”.
Foram seis anos vivendo as angústias da depressão e sem saber se teria saída para tanto sofrimento. Para Gabriela, a modelo das fotos, não basta falar apenas sobre a doença. É preciso mostrar que existe a cura. “Quero dizer a quem passa por isso que existe uma saída. Que a sensação de que o sofrimento é eterno não é real. Ao pensar que a depressão não tem fim, as pessoas acabam partindo para o suicídio. Por isso é importante falar sobre a cura para que as pessoas vejam que sempre há uma saída”.
Assessoria de Comunicação
IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre