Palestra online
Como ser um educador antirracista é tema de palestra para servidores
A palestra online foi ministrada pela professora, pesquisadora, escritora e ativista baiana, Bárbara Carine Soares Pinheiro. Autora de 11 livros, seus mais recentes lançamentos “Como ser um educador Antirracista” e “ Querido Estudante Negro” abordam a temática e tem entre seus objetivos conscientizar os profissionais sobre a naturalização do preconceito racial na sociedade.
A escritora, conhecida nas redes sociais como o perfil “ uma intelectual diferentona” falou do livro “Como ser um educador Negro”, onde discute sobre como a educação e a escola podem ser pensadas a partir de perspectivas não ocidentais e, sobretudo, racializadas.
Em sua obra, Bárbara esmiuçou conceitos ligados à luta antirracista, como pacto da branquitude, racismo estrutural, cotas raciais e educação emancipatória, para pensar e repensar as ações pedagógicas, a formação e o papel dos educadores, que são, afinal, “todos nós, os doadores de memórias que integram a escola”. Longe de ser um manual com fórmulas prontas, o livro é resultado de anos de experiência como educadora e idealizadora da Escola Maria Felipa, primeira escola afro-brasileira registrada em uma Secretaria de Educação no Brasil.
Bárbara explica que seus livros acabam surgindo através das demandas sociais, com solicitações de abordagens sobre a temática. “Vivemos em uma sociedade racista estrutural, onde o branco é visto como bonito, bom, o negro é o mal, o ruim, tudo isso vem sendo ensinado através dos tempos de uma forma bem sútil, demorando a ser percebido.”
Ela explica que nesse “mundo branco”, o negro e suas necessidades passam despercebidos, pois ele é considerado forte desde criança, “podem se virar com o que lhes é dado”. Com isso a sociedade cria estigmas que o negro é mais propenso a criminalidade ou de que ele pode ser violento, ou quando é visto andando em uma loja, precisa ser observado. “Muitos tem em mente que o negro só pode ascender socialmente através dos esportes, futebol principalmente, ou da música, em especial, grupos de pagode, nunca por méritos educacionais”.
Em seu livro “Como ser um educador antirracista”, Barbará comenta nos capítulos, diversos aspectos do racismo e como se deve proceder, entre eles no caso de um aluno atingido. Ela explica que esse momento deve ser aproveitado pela escola para discutir o tema, promover debate e fazer que a dor que atingiu o aluno em questão se reflita em todos, pois somente assim, o racismo será combatido de forma efetiva. “O aluno em si não é um racista, mas o sistema que o gerou é. A literatura histórica é branca, mostra as grandes descobertas realizadas e a ascensão de grandes empresários, todos esses brancos. Isso aos poucos mostra que o negro não participou ativamente da evolução humana, mas sim, os brancos”.
A palestra foi promovida pelo Neabi - Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas do Campus Pouso Alegre.
Assessoria de Comunicação
IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre