Roda de conversa
Dia da pessoa com deficiência é comemorado com um bate papo sobre deficiência e autoaceitação
Alunos e servidores do campus Pouso Alegre se reuniram nesta segunda-feira, 03, no auditório, para uma roda de conversa sobre deficiência e autoaceitação. A ideia desse encontro partiu do estudante do curso de Edificações integrado, Wagner Silveira Vilas Boas, que possui deficiência visual. “Pesquisando na internet vi esta data do dia internacional da pessoa com deficiência e pensei por quê não celebrar? Da mesma forma que celebramos outras datas é importante celebrar a deficiência que é um tema recorrente nos últimos tempos”, disse.
A aluna de Administração, Iara Cristina Rezende Pereira, falou sobre sua experiência quando fraturou um pé e precisou usar muleta e cadeira de rodas por um mês. “Mexeu até com a minha cabeça. Eu desanimei até de vir para a escola. Foi a ajuda de algumas pessoas que motivaram a vir para as aulas. Eu senti muita dificuldade aqui na escola”. Esse episódio marcou a vida da estudante que destacou a importância da empatia. “As pessoas precisam se colocar mais no lugar do outro. Sentir como o outro é a única maneira de mudar. As pessoas só aprendem quando sentem na própria pele”.
Colega de sala de Wagner, a aluna Helen Vitória Costa Vieira, contou como foi o início das aulas com um estudante com deficiência e como a sala aprendeu com essa convivência. “Nos primeiros meses nós conversamos com o Wagner sobre como ele queria ser tratado. Se eu não soubesse da doença dele eu diria que ele é normal. Hoje, todos estamos adaptados à deficiência dele”.
Idealizador do movimento social “Acessibilidade para Todos”, Fernando de Souza Rodrigues Dias foi convidado a participar da roda de conversa. Há cinco anos, praticando arvorismo, ele sofreu um acidente e ficou paraplégico. As dificuldades de acessibilidade no Município o levaram a criar o movimento e, com o apoio de amigos, voluntários e do comércio, são construídas rampas de acesso nas calçadas do centro e bairros da cidade. Hoje, aos 23 anos, ele conta que foi um período turbulento em sua vida, mas superado, com o apoio de amigos e da família. Para ele, a melhor forma de acabar com o preconceito é falar sobre o problema. “Essa roda de conversa é importante para que mais pessoas possam enxergar o deficiente como alguém normal”.
Para a intérprete de línguas do Campus Pouso Alegre, Ivanete Fonseca Martins, não é preciso saber muito para poder interagir com uma pessoa deficiente. “Pensamos que temos que saber todos os sinais para começar uma conversa com um surdo, por exemplo, mas à vezes, você treinar um cumprimento já vai fazer a diferença porque aquela pessoa verá o seu esforço em se comunicar com ele. A demonstração de interesse é fundamental”.
A professora Natália Carolina Freitas da Costa Morais faz o atendimento educacional especializado no Campus. Para ela, as pessoas precisam olhar a pessoa com deficiência com outros olhos. “O olhar de piedade não deve existir. Falta muito um olhar de que a pessoa com deficiência tem muitas qualidades, potencial para atingir o que ela quiser”.
E é para esse olhar de igualdade que o aluno Wagner chamou a atenção. “É de suma importância que cada se aceite à maneira que é. As diferenças existem em todo lugar mas são essas diferenças que nos fazem especiais, únicos. Temos que valorizar mais a beleza interior, pois em nossa essência somos todos iguais”.
Assessoria de Comunicação
IFSULDEMINAS - Campus Pouso Alegre